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R$ 4 bilhões: maior investimento para a indústria naval vai gerar 10 mil empregos e contribuir para a descarbonização da logística de transporte

Aportes serão aplicados na produção de embarcações para navegação interior; projetos devem aumentar em 6 milhões de toneladas por ano o transporte de minérios no país

com investimentos superiores a R$ 4 bilhões, maior na história da indústria naval, a logística para o transporte hidroviário de minérios de ferro e manganês pelos rios Paraná e Paraguai será potencializada nos próximos anos. Todo esse montante será destinado à construção de 400 balsas e 15 empurradores, que serão produzidos e entregues ao longo dos próximos quatro anos. Essa nova frota ficará alocada em seis estaleiros estratégicos, localizados nas regiões Nordeste, Norte, Sul e Sudeste. O projeto deve aumentar o escoamento de minérios em cerca de 6 milhões de toneladas por ano.

Mais do que um ganho para o escoamento de produtos pelos rios do país, a construção das balsas e empurradores representará um avanço na frota nacional de transporte de carga para navegação interior, além de fortalecer a indústria naval brasileira. Para o ministro Sílvio Costa Filho, “o projeto é um marco histórico para o país, uma vez que estamos assinando hoje o maior programa da história do Brasil de navegação interior. Isso mostra que o Governo Federal tem uma agenda de desenvolvimento, que envolve as hidrovias, uma indústria limpa, fundamental para o escoamento da produção brasileira”, destacou.

Investimento de R$ 4 bilhões na indústria naval
Investimento de R$ 4 bilhões na indústria naval
Cerca de 90% dos investimentos empregados pela LHG Logística Ltda (R$ 3,7 bilhões) para a construção da nova frota naval e dos estaleiros foram financiados pelo Fundo da Marinha Mercante (FMM) por meio de financiamento realizado junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Esse recurso deverá impulsionar a movimentação de matérias-primas, como aço e manganês, além de fomentar a economia brasileira, gerando mais empregos e desenvolvimento nas regiões.

“O Brasil hoje tem 12 mil quilômetros de hidrovias navegáveis, com um potencial de 42 mil. Um projeto como esse, que estamos assinando hoje, significa o fortalecimento dessa agenda hidroviária, porque o presidente Lula tem compromisso com a navegação do Brasil. Em tempos de COP30, essas hidrovias representam a retirada de mais de 70 mil toneladas de CO2, o que representa um grande avanço na agenda de sustentabilidade brasileira. E isso dialoga com o que o mundo deseja. O mundo quer produzir, mas, acima de tudo, quer produzir de maneira sustentável”, ressaltou.

O recurso destinado pelo Governo Federal tem melhorado a vida de milhares de brasileiros que atuam na indústria naval. Um dos profissionais beneficiados com as oportunidades no setor é o encarregado de soda Eduardo Santana, que trabalha há 15 anos no estaleiro Rio Maguari, no Pará. Ele destaca que, graças ao investimento no setor, foi possível alcançar conquistas importantes na vida pessoal e profissional. “O trabalho me proporcionou uma vida financeira estável, para a criação dos meus filhos e a conclusão do meu ensino superior”, ressaltou.

Os novos empreendimentos vão ampliar o escoamento de minérios e agilizar o transporte dos materiais extraídos em Corumbá (MS) e carregados nas barcaças, que percorrerão mais de 2.500 km por hidrovias até atracar no terminal marítimo de Nova Palmira, no Uruguai, onde são embarcados para navios de longo curso. O projeto reforça a importância da hidrovia Paraguai-Paraná para a integração regional entre o Brasil e os países da América do Sul, especialmente Paraguai, Argentina e Uruguai.

Investimento vai gerar 10 mil empregos
Investimento vai gerar 10 mil empregos

Modal sustentável

Os investimentos para a ampliação do modal hidroviário, com foco no escoamento de produtos, contribuem não apenas para a geração de emprego e renda, mas também para a política de descarbonização da matriz logística brasileira. Segundo dados da Empresa de Planejamento e Logística (EPL) e do Instituto Energia e Meio Ambiente (Iema), o transporte de materiais pelas hidrovias representa uma redução de 95% nas emissões em relação ao modal rodoviário e de 70% em comparação ao modal ferroviário.

Modal aeroportuário

Cumprindo agenda público no Pará, durante o período da tarde, o ministro Silvio Costa Filho realizou uma vistoria no aeroporto de Belém, principal complexo da região Norte. Durante os trabalhos, Costa Filho conferiu as obras que estão sendo realizadas no local. Por lá, estão previstas melhorias na infraestrutura de processamento bagagem e cargas, expansão da pista de pouso e decolagem e a modernização do terminal de passageiros.

“O importante é que a gente possa acelerar a entrega das obras no aeroporto. Com investimentos de quase R$ 500 milhões, esse ano nós estamos batendo recorde de movimentação no aeroporto. A média era de 3 milhões de passageiros por ano, indicador que deve ultrapassar os 4 milhões de turistas, com expectativas para chegar a 5 milhões nos próximos anos. Isso significa dizer que nós estamos estruturando o aeroporto, ampliando a capacidade operacional e requalificando a pista, para elevar a qualidade do serviço que é prestado a todos os usuários”, indicou.

Assessoria Especial de Comunicação Social
Ministério de Portos e Aeroportos

Infraestrutura, Trânsito e Transportes
 
 

, mas também impulsionar a economia local em um mundo cada vez mais conectado.

À medida que nos aproximamos do início dessa nova era, a expectativa é alta sobre o impacto que essa aliança terá nos próximos anos.

Desde então o cenário do transporte marítimo mundial segue agitado com o anúncio dessa colaboração que visa a criação de uma rede conjunta de frete marítimo, focada nas rotas leste-oeste, prometendo transformar a dinâmica das operações portuárias globais, incluindo os portos brasileiros.

Com a Maersk operando a segunda maior frota de navios porta-contêineres do mundo e a Hapag-Lloyd ocupando a quinta posição, a Gemini Cooperation marca uma mudança significativa nas alianças do setor. Enquanto a Maersk se prepara para encerrar sua aliança 2M com a MSC em janeiro de 2025, a Hapag-Lloyd também se desvinculará da THE Alliance, onde era o maior membro.

A nova parceria combinará aproximadamente 290 embarcações, com uma capacidade total de 3,4 milhões de contêineres (TEU), sendo 60% delas provenientes da Maersk e 40% da Hapag-Lloyd.

O objetivo é audacioso: alcançar uma confiabilidade de cronograma superior a 90%, bem acima da média atual da indústria, que gira em torno de 60%. As operações estão programadas para começar em fevereiro de 2025 e cobrirão rotas estratégicas que vão da Ásia aos Estados Unidos, passando pelo Oriente Médio, Mediterrâneo e Europa.

A Gemini Cooperation pode trazer mudanças significativas para os portos brasileiros. Com a ampliação da rede global e o foco em tempos de trânsito competitivos, os portos do Brasil podem se tornar mais atrativos para importações e exportações.

A melhoria na confiabilidade dos serviços de frete é uma promessa que pode beneficiar não apenas as grandes empresas, mas também o comércio local e a economia na totalidade.

Além disso, o compromisso de ambas as empresas com a sustentabilidade, visando uma redução das emissões de carbono, pode alinhar-se com os esforços do Brasil em promover um transporte mais ecológico. Com metas ambiciosas de descarbonização — a Maersk buscando zero emissões líquidas até 2040 e a Hapag-Lloyd até 2045 — os portos brasileiros podem se ver no centro de uma revolução verde no transporte marítimo.

A Gemini Cooperation representa uma fatia significativa do mercado global, reunindo 21,5% da capacidade mundial de navios porta-contêineres. Isso poderá reconfigurar as alianças existentes, especialmente para a THE Alliance, que, sem a Hapag-Lloyd, terá de reavaliar sua capacidade de competição frente a gigantes como a Ocean Alliance, que detém 29,3% da frota global.

À medida que o mercado marítimo continua a evoluir, a parceria Gemini pode provocar uma onda de reestruturações e novas alianças, forçando outras transportadoras a se adaptarem ou buscarem novos parceiros para manter sua competitividade.


Compartilhamento do artigo originalmente publicado no Jornal Portuário.

 

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